25 abril 2008

Contrate seu próximo emprego

http://i129.photobucket.com/albums/p217/fernandojs/job-interview.jpgProcurar emprego é fácil. Difícil é achar um. Quase impossível é achar o emprego ideal. Mas nao significa que nunca ocorrerá. Diariamente ouvimos de nossos colegas que estes estão bem empregados, em empresas modernas com ambientes descontraídos e preocupadas com resultados e não com normas e regras. Horários flexíveis são comuns em empresas de TI hoje em dia. Código de vestuário só é exigido àqueles que se encontrarão com clientes, e às vezes nem mesmo nestas situações. :-)

No mercado de TI realmente é difícil achar a empresa ideal para se trabalhar. Nos tempos de hoje não basta apenas calcular o básico: salário + benefícios - regras = emprego legal. É preciso mais que isso. É preciso colocar no papel tópicos que aparentemente são insignificantes, mas muito mais importantes que estes; tópicos que somente nos daremos conta com o tempo, e quando esse momento chegar, podemos ficar incrivelmente decepcionados, arrependidos, ou mantermo-nos extremamente felizes com a escolha feita.

Não é de se estranhar que as empresas às quais nos candidatamos, queiram obter o máximo de informação sobre nossos perfís. Como atuamos, nos comportamos e como seremos no dia-a-dia da empresa? Nos encaixaremos nos processos dela? Seremos capazes de nos adaptarmos às mudanças que a empresa planeja a curto prazo ou seremos capazes de suportar o conservacionismo desta empresa por anos? Perguntas que escutamos com freqüência nas entrevistas de emprego e que até então, são unilaterais. Existem casos em que até não sabemos para quem trabalharemos, por quanto tempo, e onde. Casos como grandes consultorias que fazem enormes processos seletivos sem ao menos dizer aos candidatos quem e onde é o cliente, ou como será o projeto, como será o ambiente de trabalho ou como é a equipe com quem ele deverá se integrar.

Esta falta de informação para o candidato resulta numa enorme indecisão: devo aceitar este emprego?

Dificultar a tomada de decisão do candidato não é ruim apenas para ele, mas para a empresa também, que pode, em muitos casos, perder um ótimo profissional pois foi incapaz de apresentar-lhe a rotina da empresa, de colocá-lo na cadeira e oferecer a oportunidade de experimentar um dia típico de tarefas que este deverá passar na maioria dos dias. E então, a empresa deve extender o processo seletivo, onde gastará mais tempo, mais recurso e mais dinheiro até selecionar um candidato disposto a aceitar o emprego.

A verdade é que atualmente, com a agitação do mercado de TI e a escassez de ótimos profissionais, não são as empresas quem contratam, e sim os profissionais da área que escolhem onde irão trabalhar. E se é assim que as contratações de hoje acontecem, devemos reavaliar a questão: quem é a contratante e quem é o contratado? Parece complicado esta inversão de papéis já que o dinheiro flui da contratante para a contratada. Mas pense: não é só o dinheiro que flui nesta negociação. É toda uma rotina profissional e social, uma negociação de hábitos, gostos e opiniões. É um contrato que definirá onde o profissional passará pelo menos 8 horas do seu dia. E se vermos deste ponto de vista, fica fácil concluir: o profissional está contratando um ambiente saudável para passar parte da sua vida e em troca, oferecer seu conhecimento, suas qualidades e habilidades. Ou seja, neste contrato, a contratada é a empresa, que deverá dar ao profissional este ambiente, que consiste em diversos fatores nas áreas técnicas e sociais.

Fatores técnicos como as tecnologias que utilizaremos, ou as máquinas que são oferecidas (ninguém gosta de trabalhar num computador lento, certo?), as mesas e cadeiras que passaremos horas sentados para resolver problemas solucionáveis as vezes só em sonhos. Ou mesmo as restrições de Internet que são impostas, que dificultam nosso trabalho. Parecem questões insignificantes, mas que afetam diretamente nosso trabalho e nos darão satisfação ou desejo de procura por um novo emprego. As empresas passam estas informações? Nós fazemos estas questões? Não deveríamos nos sentir envergonhados em questioná-las sobre estes fatores. Pois elas não se sentem assim ao nos questionar se gostamos ou não de trabalhar sob pressão.

Além disso, devemos ter a oportunidade de conhecer o ambiente onde trabalharemos. Não apenas o lugar, mas principalmente: as pessoas. Devemos ter a oportunidade de conhecer toda ou parte da equipe. As vezes, até mesmo outros departamentos que teremos contato direto. Devemos ter uma experiência, nem que seja minúscula se comparada com o tempo que ali passaremos. Mas importante é que tenhamos a oportunidade de vivenciar um exemplo do dia-a-dia com aquelas pessoas. Talvez, almoçar com a sua possível equipe e ali ter a chance de conhecer melhor estas pessoas e ver se haverá conflito ou convergência de idéias e opiniões. Tudo isso fortalecerá, ou abortará a nossa decisão de aceitar o emprego.

É fácil de compreender que hoje em dia, não escolhemos emprego somente pelos dígitos que são depositados em nossas contas bancárias, mas principalmente pelas experiências que temos diariamente com as pessoas que estão ao nosso redor enquanto o sol está visível (às vezes, até quando ele já se foi.)

Você costuma entrevistar a empresa que está... lhe entrevistando?
Que tipos de assuntos são colocados em questão na hora de optar por um emprego, além do usual salário+benefícios?
Quantos de vocês tiveram a oportunindade de experimentar, antes de aceitar um emprego, o dia-a-dia da empresa? E como foi esta experiência?

Comente!

[]'s!

7 comentários:

Anônimo disse...

É mais ou menos como uma puta que escolhe pra quem ela quer se vender. Abraço.

Anônimo disse...

Mto bom o post hein Bruno. Valeu véio.

Anônimo disse...

Bom, aqui em prudente, começa que o nosso trabalho é super desvalorizado. Existem 2 faculdades de computação, e nenhuma produção de tecnologia na região, então somos obrigados a desperdiçar nossos anos de estudo montando máquinas e dando manutenção, por 500 reais ao mes.

Por sorte, eu fui chamado pra trabalhar aqui no anglo, para fazer aquilo que sempre sonhei! Jogos!
Além disso, o anglo tem o costume de contratar quase todo mundo da computação da UNESP, então as pessoas com quem trabalho, são amigos de longa data!

Eu diria que estou no trabalho dos sonhos, apesar de estar apenas 2 meses aqui!

Sem dúvida, os números que se depositam na sua conta, é uma das ultimas coisas que interessam na hora de escolher o emprego...dou muito mais valor a acordar de bom humor as 7 da manha, do que ter um mes de merda, e contar com 100 ou 200 reais a mais na conta!

BlogBorges disse...

Bastante interessante este contraponto, realmente a questão humana normalmente fica em segundo plano, por mais que não se queira, sempre em primeira mão pesa a questão financeira. Meus parabéns.

Anônimo disse...

Creio que seja importante destacar Maslow e sua pirâmide das necessidades que trouxe para o campo da administração o estudo comportamental.
Na base encontramos as nossas necessidades mais básicas (fisiológicas), e são estas que devem ser satisfeitas em primeira mão.Por isso, o fator salário é importante, que garantirá o atendimento das necessidades da base.
No topo da pirâmide temos o que chamamos de "auto-realização", que seria o momento onde todas as necessidades(fisiológicas, segurança, sociais, estima) do indivíduo encontram-se atendidas.
E é neste ponto que quero abordar, pois de nada basta termos um emprego dos sonhos, legal, liberal, flexível se nossas necessidades mais básicas não são supridas, e consequentemente a "auto-realização".
Por este motivo muitas organizações preocupam-se em atender as necessidades do seu colaborador de modo global.
E irão motivar o colaborador, pois conforme Maslow, a motivação é fruto de uma necessidade não satisfeita.
Creio que para o relacionamento organização X colaborador, seja necessário que AMBOS sejam claros, objetivos ao estabelecer sua relação buscando evitar que ocorra
estresse, desgates, insatisfação no decorrer da relação.

Anônimo disse...

Olá, muito interessante.
Vou falar um pouco da minha experiência, já estou na terceira empresa em menos de dois anos (hehe), bem como você disse, estou em busca do emprego ideal, uma empresa que realmente valha vestir a camisa e que me faça ter vontade de trabalhar para ela, mas está difícil... Já estou procurando outro emprego, e o normal é bem isso que você falou, nas entrevistas sempre perguntam várias coisas e tentam encaixar você no perfil da empresa. Uma das coisas que eu faço é justamente ver se a empresa se enquadra no que eu estou buscando, se ela tem padrões rígidos, com relação a tudo, desde roupa até a internet, em meu emprego atual quase tudo é bloqueado, não consigo acessar nenhum tipo de blog, até mesmo os mais técnicos. Uma coisa que sempre me preocupa quando procuro um emprego é descobrir como é o ambiente de trabalho, não falo da cadeira onde sento (lógico, isso tbm é importante), mas falo do ambiente com relação às pessoas, já troquei de emprego para ganhar mil reais a menos e me livrar do ambiente, um desenvolvedor pior que o outro e que era só você virar as costas que começavam as fofocas. Outra coisa que me incomoda muito é o tipo de empresa que tem métricas de avaliação, não importa o quanto você dê seu sangue pela empresa, na hora da avaliação não existe reconhecimento. Lógico, existem as empresas que possuem métricas de avaliação que funcionam, pena que eu não trabalhei em nenhuma dessas.
O que me segura no emprego atual é o ambiente, mas ter bons colegas não enche o bolso, principalmente quando você percebe que é difícil crescer dentro da empresa.
Eu sinceramente, estou cansando de procurar o emprego ideal. Estou caminhando para abrir meu negócio, acho que só assim vou conseguir fazer o que gosto do jeito que eu quiser e como eu bem entender.
Um abraço.

Anônimo disse...

Gostei do Post. Bastante interessante.
Parabéns.

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