28 maio 2010

Em Floripa, manézinho virou otário

Quem é Manezinho da Ilha, pode se ajoelhar agora, erguer as mãos pro céu e gritar: "eu sou otário!". Sim, você mané, é um otário. E nem vou pedir desculpas pois, você é um boca-mole, um bundão, um frouxo sem coragem de lutar pelos seus direitos. Você fica em casa almoçando de frente para a TV, à espera do Jornal do Almoço para ver o que o Roberto Alves tem a dizer sobre o último jogo do Avaí ou do Figueirense. Você é um medroso, que assiste a Cacau Menezes fazer propaganda de suas festas; que você passa meses economizando para comprar a camisa da Feijoada. Você é um acomodado que se contenta em reclamar e concordar junto, da sua casa sentado no seu sofá, dos comentários do Luiz Carlos Prates. Você manézinho da ilha, virou um otário.


Você assiste da sua TV comprada no Koerich, Dário Berger ser eleito de forma ilegal e ainda ajudar a colocar seu irmão na prefeitura da cidade-irmã São José. Sua mulher não se importa com isso, pois está feliz da vida com o anel que você comprou na Quevedo. E seus filhos estão ocupados demais no Playstation 3 para poderem compartilhar com você essas notícias.

Você mané que virou otário, assiste dia após dia, o Grupo RBS (TV, DC, CBN) trazer a você, através de um monopólio de informações, somente aquilo que interessa a eles. Você não se importa com o transporte público pois você tem carro. Mas você é tão otário, que reclama do trânsito todo dia na hora de atravessar a ponte. Reclama que tem carro demais na cidade e que se o transporte fosse bom, até usaria. Mas não usa porque é caro. Que carro compensa. Então você segue essa vida de reclamações, e de submissão. Você se submete ao que os burgueses da cidade te impõem. Você mané, virou otário.


Só não é otário quem está ganhando dinheiro com tudo isso: políticos e empresários. Você mané, é assalariado. É funcionário público. É estudante. Você mané, é otário.

17 maio 2010

II Guerra do Contestado: em Florianópolis

É o que devem querer os atuais governantes de Florianópolis. Uma briga entre os "caboclos", ou nas atuais circunstâncias, os "estudantes" e a população em geral contra o poder do Estado e o setor privado (o que acabam sendo as mesmas pessoas). A Guerra do Contestado do século 21 renasceu graças a três principais acontecimentos na última década, e se prepara para alcancar seu momento mais delicado na próxima Quinta-feira, dia 20 de Maio de 2010. Anote esta data. Na Sexta-feira, você vai facilmente associar este texto com as notícias do dia:
[...] Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização do transporte público da posse de terras, e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia [...]
Sim, fiz um ajuste no trecho publicado na Wikipedia, apenas atualizando-o para os dias de hoje. Não muda muita coisa. Veja este resumo, caso você não se lembra, ou ainda não estudou a Guerra do Contestado.

Talvez se associarmos a batalha atual com o que aconteceu entre 1912 e 1916, o movimento ganhe maior apoio da população. Caso você não se recorde dos eventos desta última década que estão impulsionando para este fim, assista ao vídeo abaixo. Se você se recorda, refresque a sua memória.


Democracia Militar from Vinicius Possebon (Moscão) on Vimeo.

Dez anos se passaram, e a causa contra o abuso do poder ganha força. Existe uma diferença entre defender a ordem pública e atacar estudantes em manifestações pelas ruas. Afinal, não fossem essas manifestações, você não estaria vivendo numa democracia neste exato momento. Talvez nem tivesse Internet na sua casa e se tivesse, seria censurada.

O dia 20 de Maio de 2010 antecede meu aniversário. E eu gostaria de acordar na Sexta-feira com a notícia de que nada aconteceu. De que a população não se rebelou contra o Estado. De que a II Guerra do Contestado não aconteceu. Mas só terei certeza disso se antes eu ver a notícia de que o prefeito de Florianópolis cancelou o reajuste das tarifas de ônibus.

Ao acordar e ver que o prefeito não defendeu os interesses do povo, vou ficar feliz ao ver no noticiário fotos e vídeos de estudantes, trabalhadores, mães e crianças com as caras pintadas, com faixas, cartazes, camisetas e megafones, protestando contra este abuso.


Quinta-feira, 20 de Maio de 2010
II Guerra do Contestado

7 passos para destruir Florianópolis

** UPDATE **
II Guerra do Contestado (em 20/05/2010)

Há 5 anos, em 2005, quando saí de Florianópolis meses antes da segunda Revolta da Catraca, já tinha certeza que a cidade estava caminhando para problemas sérios de transporte. Conheci naquela época, o transporte coletivo de cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e ainda cidades internacionais como Roma, Barcelona e Paris. Cheguei à conclusão que para destruir uma cidade, torná-la insuportável, basta você destruir o transporte coletivo. Como eu  me arrisco a dizer: o meio de transporte é o sangue de uma cidade, transportando vida em um organismo delicado.

Florianópolis mais uma vez enfrenta reajustes de tarifas. Pesquise no Google, ou visite alguns dos sites indicados no final deste artigo. Neles você vai encontrar muito mais informação, mas resumo: é um dos menos eficazes, e o mais caro do Brasil (R$ 2,95). O que quero mostrar aqui, são os 7 passos que um prefeito, como o Dário Berger, deve seguir para destruir o transporte coletivo da cidade, e consequentemente, a cidade em sí.
  1. Ofereça um único meio de acesso à cidade que fica numa ... ilha
    Sim, pois barcas e pontes em outros extremos são eficientes, e isto com certeza facilitaria a vida do povo. O Rio que nem ilha é, decidiu colocar uma pequena ponte ligando-se a Niterói, e um serviço de barcas. Total falta de bom senso dos governantes.

  2. Não invista em transportes sobre trilhos, eles não são poluentes
    Para destruir uma cidade, é importante não abraçar causas ambientais. Transportes sobre trilhos, como trêns, metrôs e bondes não emitem poluentes. Melhor manter estas tecnologias longe dos planos de desenvolvimento da cidade! Nova York cometeu uma loucura ao proibir inclusive, carros em Manhattan. O ar está melhorando. Absurdo!
  3. Dificulte o uso de bicicletas na sua cidade
    Afinal, bicicletas não ocupam espaço, não emitem poluentes, não causam engarrafamento e são baratíssimas. Compartilhar bicicletas na cidade nem pensar. Isso com certeza iria diminuir o número de automóveis no Centro, indo totalmente contra os planos do prefeito.
  4. Evite sistemas eficazes de integração de ônibus
    Prefeito bom, tem que parecer inteligente. E tudo que é inteligente, é complicado. Então ele deve complicar. O sistema de transporte público deve ser confuso, sem integração em algumas áreas, favorecendo cobrança adicional de tarifas, ou preços diferenciados. Deve irritar o passageiro, deixá-lo transtornado e depressivo, por saber que no dia seguinte terá que entrar nesse sistema novamente, até o fim da sua vida.
  5. Dificulte (e cobre mais caro) o pagamento para usuários desavisados
    Cobre uma multa dos usuários que não buscaram informação para obter o cartão-cidadão. Cobre uma multa dos turistas por não terem tempo hábil para conhecer o sistema complicado e a cobrança diferenciada. Cobre inclusive, mais caro na primeira vez que um novo usuário quiser comprar o cartão-cidadão. Afinal para obter o cartão ele deve se dirigir até o Terminal Central. 
  6. Mantenha um quadro de horários pobre de ônibus e itinerários
    O passageiro deve ter que esperar dezenas de minutos, por um ônibus cheio. Deve se irritar com a pequena quantidade de ônibus trafegando na hora em que ele mais precisar. Os motoristas devem ser treinados para passarem batidos em alguns pontos-de-ônibus.

  7. Por fim, aumentar a tarifa anualmente, com taxas superiores à inflação
    O passageiro deve entender que é ele quem pagará por todo o sistema. Então se a inflação subir, o passageiro deverá cubrir o aumento de salário dos motoristas e cobradores, e o gap no lucro das empresas de ônibus, afinal "alguem tem que pagar a conta".
Seguindo estes passos, a consequência é simples: caos. O prefeito deve então ficar feliz, por ter alcançado seu objetivo.

Trânsito fica mais caótico para todos
Comentei no Twitter que um negócio que será em breve rentável em Floripa, é o transporte ilegal. Vans, moto-táxis, caroneiros e lotações em geral. No Brasil já temos inúmeros exemplos. Podemos facilmente entender porque ele [transporte ilegal] nasce, e o que isso ocasiona.

Transporte ilegal significa mais carros nas ruas, para suprir a necessidade do povo: transporte coletivo eficiente a um preço justo. Entenda eficiente como "traçando uma rota que agrada mais, e mais horários". Aqui no Rio as vans custam em grande maioria, R$ 2,00. E veja que as passagens de ônibus custam em grande maioria, R$ 2,35. O motivo de se usar a van, é para chegar mais rápido e economizar um dinheiro que para muita gente, é muita grana. No mês, pode chegar a R$ 21,00. O que dá para comprar leite para uma semana.

Com transporte legalizado ineficiente, as vans vão nascer e crescer rapidamente. E os ônibus ficarão ainda mais caros, pois afinal, passageiros irão migrar e o faturamento diminuir. Com poucos passageiros, "alguem precisa pagar a conta", e serão aqueles que invariavelmente precisam do transporte mas não podem, ou não querem, migrar para as vans. 

Mais vans: mais trânsito. Se você usa carro e acha que não será afetado, se iludiu. Você deveria também estar batalhando contra os reajustes abusivos.

Florianópolis terá tarifa de R$ 4,50 em 2012
Essa é a minha aposta. Por quê? Vans, poucos passageiros, mais carros. Menos ônibus e serviço mais caro. 
A cidade está à caminho da destruição. E somente você, cidadão, tem o poder de impedir.

Pule você também!

13 maio 2010

Campanha #BoaDario

Como o Dário irá destruir Florianópolis?
Dê sugestões no Twitter, Orkut ou Facebook. Utilize a tag!
Idéias, passos, feitos e objetivos de Dário Berger rumo à destruição transformação de Floripa. Planejando a próxima Cidade Maravilhosa(mente cheia de problemas).


Abrace essa campanha!
Transformando Floripa em "Rio de Janeiro do Sul" #BoaDario

11 maio 2010

Por que testes do Inmetro e Anatel serão inúteis?

A Anatel anunciou hoje que, em parceria com o Inmetro e o CGI.Br farão testes para medição da qualidade da banda larga fixa no país. Os testes estão sendo feitos em 160 residências de consumidores das empresas Oi, NET, Telefônica e GVT. Apesar das boas intenções, está longe de alcançar o objetivo: impulsionar a melhoria no serviço prestado.

Estatísticas insuficientes
O Brasil possui mais de 15 milhões de contratantes de serviço banda larga. Mesmo assim, os testes de medição serão feitos em apenas 160 residências. Isto representa menos que 0,0011%. Esta amostragem é (desculpem a expressão) infinitamente insignificante e não pode ser considerado um teste válido. Se os resultados se mostrarem favoráveis às empresas, elas utilizarão destes dados para afirmar que seus serviços estão de acordo com as exigências do Inmetro e da Anatel. Você concorda?

Não bastasse isso, os testes serão feitos através do SIMET - Sistema de Medição de Tráfego de Última Milha. Este programa realizará testes de velocidade, DNS, ping e outros critérios, e reportar automaticamente todas as informações de volta para o CGI.Br. O programa e a proposta são interessantes, porém os resultados serão duvidosos.

O que realmente importa é a velocidade máxima contratada
Veja os principais critérios técnicos utilizados no teste, para fazermos uma análise posteriormente:


Grandeza
Critério
Disponibilidade
Maior ou igual a 99% (equivalente a 7,2h de interrupção ou menos a cada mês)
Vazão/Velocidade Média
Média maior que 60% da vazão/velocidade máxima contratada
Vazão/Velocidade Instantânea
Valor instantâneo mínimo de 20% da vazão/velocidade máxima contratada
Perda de Pacotes
Perda máxima de 2% (dois por cento) do volume de dados enviados
Tempo para estabelecimento de conectividade IP
Tempo máximo de 1 minuto
Número de tentativas para estabelecimento de conectividade IP
Valor máximo de 2 tentativas

Estes critérios são interessantes, porém podem apresentar resultados facilmente distorcidos ou simplesmente, questionáveis. O principal motivo é que o teste será feito possivelmente com servidores do CGI.Br, como a outra ponta da conexão entre o serviço ADSL contratado. Para representar o nível de desconfiança nos resultados (NDR), considerei uma avaliação de 0 a 5.
  • Disponibilidade
    Para identificar que durante 1 mês o serviço de ADSL foi devidamente oferecido, ininterrupto (maior ou igual a 99%), seria preciso considerar que: a) não faltaria luz; b) não haveria enchentes; c) teria que provar que não houveram incidentes naturais, externos ou adversos à conectividade. 
    NDR - 

  • Vazão/Velocidade Média
    Este critério parece ser inteligente, e razoável, não fosse por um detalhe: as empresas costumam
    limitar a velocidade, com regras inteligentes em seus roteadores, baseadas em tipos de arquivos, ou de qual servidor está sendo obtido. Veja meu post sobre Invasão de Privacidade para Limite de Velocidade, presente no serviço Oi Velox para entender melhor. Resumindo: o teste pode apresentar excelente resultado, mas seus acessos ao YouTube ainda parecerão lentos, e a operadora alegará que a culpa é do canal de streaming.
    NDR - 


  • Vazão/Velocidade Instantânea
    Para iludir o usuário de que a velocidade do seu plano está sendo respeitada, as operadoras geralmente deixam um limite de velocidade maior que o contratado, no inicio das transferências. Este critério será respeitado por todas as operadoras, exceto que por motivos que interessam somente às operadoras. Nesse caso, os resultados não precisam ser questionados, exceto a falta de ética das empresas.
    NDR - 

  • Perda de Pacotes
    Para provar os resultados deste critério, é preciso identificar quem perdeu os pacotes. Se foi o lado que enviava dados ou o lado que recebia. E quem é quem. Não sou especialista em TCP/IP, mas acredito que para identificar que a operadora é a culpada em um alto índice de perda de pacotes, é preciso avaliar outros critérios, como ruído na linha ADSL (não previsto na análise da Anatel). Ainda assim, é provável que estes resultados sejam confiáveis, graças à naturalidade do principal meio de comunicação nos testes: TCP/IP (que garante entrega de pacotes). De certo modo, este teste é desnecessário, para não dizer idiota.
    NDR - 

  • Tempo/Número de tentativas para estabelecimento de conectividade IP
    Outro teste que é difícil de considerar os resultados. Com qual IP será feito o teste? Os da CGI.Br? Ou uma série de servidores espalhados no mundo? Fica difícil de entender os resultados sem melhor clareza no processo e a consequência na melhoria do serviço.
    NDR - 
Qualidade mascarada
Pela forma que os testes serão realizados, fica difícil acreditar nos resultados. Isto pode apresentar uma qualidade mascarada, favorecendo as prestadoras e mantendo a baixa qualidade do serviço prestado. O serviço de banda larga deveria ser fiscalizado de outra forma. O certo é que agentes e técnicos da Anatel deveriam conferir e fiscalizar pessoalmente, os roteadores, backbones e backhauls utilizados na rede brasileira.

Fiscalização presencial
Proibir o uso de regras inteligentes de limites de velocidade, quotas e traffic shaping deveria ser o método utilizado pela Anatel para impulsionar a melhoria nos serviços. Fiscalizar as configurações utilizadas pelas operadoras, que respeitem os planos contratados.

A Anatel deveria fazer escola com a Anvisa, e aprender e entender o que é exigir qualidade de serviço prestado. Mudar o nome para Anvitel já seria um bom começo.

Atitude de Contratante, não de Cliente

O brasileiro tem um problema sério. Quando ele é empregado, prefere ser cliente, do que contratante. Os termos são similares, mas as atitudes são bem diferentes. O contratante avalia opções, avalia custos e a real necessidade do serviço a ser contratado. O brasileiro não sabe o que significa isso. Se ele coloca na cabeça a idéia de "botar" TV a cabo em casa, ele "bota". Se quer botar Sky, Oi TV, NET, Virtua, Velox, qualquer serviço, ele simplesmente bota o pacote que se encaixar melhor no seu bolso. Ele não contrata. Se o serviço não ficar bom, se tiver danos, ele se submete a ligações de dezenas de minutos, atendimento ruim, paga contas que não deveria, e ainda tem seu nome no SPC.

Contratos entre empresas são completamente diferentes. Eles possuem cláusulas bem específicas. Caso o serviço contratado, da empresa contratada, não for entregue como esperado, o pagamento pelos serviços é adiado, cancelado, ou até mesmo a empresa contratada recebe multas. O governo faz isso e tenho certeza que a Oi, NET, Claro, TIM, Vivo, TVA, Sky, Telefônica, Embratel e muitas outras prestadoras de serviço, quando estão em contrato como contratante, elas possuem esta atitude, exigindo uma prestação de serviço excepcional das empresas contratadas, como as que oferecem manutenção das suas linhas, da empresa que realiza o serviço de help desk, da empresa que faz a limpeza dos seus escritórios, enfim, de todo e qualquer serviço que a empresa contrata.

Veja o caso da empresa X. O contrato que ela realiza com a empresa Y, nunca é igual ao contrato que a mesma empresa X realiza com a empresa Z. Isto não ocorre com os contratos que a empresa X faz com seus "clientes". Neste caso, os contratos são todos iguais, pois seus clientes são... brasileiros trabalhadores. É a "massa", e não seria possível escrever contratos específicos para cada um.

Isso não significa que você tem que aceitar esse contrato. Na verdade, você é que decide se o contrato vai ser realizado ou não. É você que possui esse poder. É o seu dinheiro que vai ser reduzido, e o da contratada aumentado. Porém, o brasileiro não sabe o que é ser contratante.

A atitude do brasileiro precisa mudar.
Está na hora de o brasileiro controlar melhor a sua vida. Decidir o que é e não é essencial na sua vida. Deixar de contratar serviços de baixa, ou nenhuma, qualidade. Contratar serviços de qualidade. Trocar de fornecedor quando achar que o atual não está mais entregando o serviço esperado. Está na hora do brasileiro deixar de ser cliente e submisso. Está na hora do brasileiro ser CONTRATANTE. (sim, igual nos contratos que você lê).

Quando você é CONTRATANTE, você tem o direito de reclamar, de exigir qualidade, de pagar somente quando achar que o serviço contratado está sendo devidamente entregue. É quando a CONTRATADA é submissa a você, pois é do seu dinheiro que ela precisa. Você não precisa realmente de TV a Cabo, precisa? Vai morrer se ficar sem? Então coloque na sua cabeça: prestadoras de serviços não-essenciais devem ser submissas a você. É você que deve ditar o jogo. Se achar que o serviço está ruim, não aceite conversa, não aceite descontos. CANCELE. Mude de fornecedor, ou fique sem. Não pense duas vezes. Afinal, é o seu dinheiro.

A mudança de atitude do brasileiro começou. Citando o blog do Felipe Morais, "o lucro da NET caiu 62% no primeiro trimestre deste ano, comparado com o período de 2009". Mas ainda é pouco, pois é uma redução no lucro, diferente de prejuízo. A empresa apenas ganhou menos.

Mude sua atitude. Seja contratante de serviços.
Os termos "consumidor" e "cliente" são submissos. O termo CONTRATANTE não. O contrato só existe quando o CONTRATANTE aceita pagar. Pense melhor antes de aceitar, pois você é o CONTRATANTE.

10 maio 2010

Código Ruim é Viral


Certo dia um desenvolvedor começou a trabalhar numa empresa e no seu primeiro dia, enquanto configurava seu ambiente, tirou do bolso um pendrive. Lá continha todo o código antigo que ele escreveu na empresa anterior, para poder codificar mais rapido, ele mesmo afirmou.


Apesar do fato de isso ser ilegal e antiético, é também estúpido.
Código que não é ativamente mantido e refatorado se degenera rapidamente. Então ao invés dele melhorar e aprender novas e melhoras formas de fazer as coisas, na verdade piora com o tempo.


Atalhos acabam sabotando projetos de software.
Cada vez mais desenvolvedores acabam escrevendo código ruim e construindo péssimos produtos de software. Nós gostaríamos de culpar os gerentes e as empresas que nos forçam a trabalhar em cada vez mais apertados cronogramas.


"Eu adoraria fazer testes automatizados ou TDD, mas eles não nos dão tempo para isso."


Testes automatizados e TDD são parte da codificação. Quando você entrega um software, ou mesmo um pedaço de código, você está assinando aquela entrega, afirmando que funciona. Testes automatizados e TDD não são opcionais para a empresa, são opcionais para você.

Se você é confiante de que está entregando código de qualidade sem testes, então talvez eles não são necessários. Mas não empurre esta decisão para o (geralmente não-técnico) gerente. Ele pode não oferecer explicitamente a você tempo para "testes automatizados" mas ele com certeza espera que a coisa funcione.
"Eu sei que isso é uma gambiarra, mas eles falaram que a gente precisa disso funcionando agora, e que depois a gente pode voltar a mexer nisso."
Se esta é a mentalidade na sua empresa, quantas vezes você realmente voltou em algum código para refatorar e melhorar? Correria e gambiarra só trazem mais correria e gambiarra. Quanto mais você corre, e pula bons designs e práticas de qualidade, pior seu código vai ficar. Você vai introduzir mais defeitos e mais complexidade desnecessária. Isso vai atrasar seu cronograma ainda mais, resultando em ... mais correria. É um círculo vicioso que nós como desenvolvedores não apenas participamos, como também somos a causa por produzir código ruim.
"Este código não é tão importante, então não precisa ter um bom design."
O que aconteceria se este código não funcione corretamente? Se a resposta é "pouca coisa", então você provavelmente deveria ir trabalhar com outra coisa. Se a resposta é "coisa pra caramba" (geralmente é) então faça direito.


Escrever código ruim é viral.
  • Se você escreve código ruim em certas partes do código, vai se tornar um hábito e vai começar a se espalhar em todo o resto do código do sistema
  • É a síndrome da janela quebrada: se algumas partes do código estão pobremente escritas, haverá menor ímpeto para escrever código bom em outras partes.
  • Sua base de código-fonte é o principal manual de treinamento para novos desenvolvedores no seu time. Se eles estão aprendendo a partir de código ruim, é assim que eles vão codificar também.
  • Deixar programadores ruins no seu time pode na verdade ter um impacto negativo na produtividade. Profissionais mais diligentes vão gastar tempo arrumando código ruim, e outros programadores vão acabar se contaminando, como numa epidemia, com código ruim.
Se o código é importante o suficiente para ser escrito, então é importante o suficiente para ser escrito corretamente.
Como tem o código ruim se espalhado pelo seu time? Você tem sido infectado? Possui algum remédio natural para sugerir?


Fonte: codeanthem - bad code is viral
Contato

Email:bruno.borges(at)gmail.com

LinkedIn: www.linkedin.com/in/brunocborges
Twitter: www.twitter.com/brunoborges
Comprei e Não Vou
Rio de Janeiro, RJ Brasil
Oracle
São Paulo, SP Brasil