20 março 2009

Era digital: tweets, blogs e a evolução humana

Séculos atrás, ou talvez nem tanto assim, eram poucas as pessoas com quem podíamos nos comunicar. Hoje qualquer humano na Terra, conectado à Rede, pode saber quem você é, o que você faz, quem você conhece, o que você pensa, o que você ouve, onde você já foi ou ainda onde você está neste exato momento. Nos tempos atuais, também é possivel saber o que você anda comprando na Internet, quais seus interesses, seu perfil econômico-social e suas tendências.

Tudo isso é possível porque em algum momento, você permitiu. É irônico ver pessoas reclamarem de serviços que permitem isso ou aquilo. O que estes sociofóbicos não percebem é que nós, seres humanos, queremos ser públicos, ser vistos, ser notados por outros seres humanos. Nós optamos em deixar privacidade de lado.

É sensato dizer que a tempos atrás, pouco sabíamos das pessoas residentes de alguns bairros distantes do nosso. Ou mesmo de apenas 3 ou 4 quadras ao final da rua. Hoje, sabemos mais de um estrangeiro residente em Veneza, do que talvez um primo que ainda não possui Internet em casa.

Com a possibilidade de tornar a nossa vida pública, também vem a possibilidade de deixar que todos nos vejam pisando na bola, fazendo alguma besteira ou simplesmente, pagando o maior mico. E eu estou falando de atos leves; imagine outros pesados. Sim, aquele comentário que você fez no blog da sua amante, quando nem imaginava que a sua esposa assinava o RSS dela. :-)

"Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado começam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.” (Revista Época - 13/03/09)
Antes de realizarmos qualquer atitude hoje em dia, pensamos se não há alguém com um celular filmando a cena, ou se o que postaremos em um site poderá ser visto por alguém que não deveria. A Maldição dos Scraps no Orkut é um exemplo típico de "medo" que temos, por ter feito algo errado na vida real. Ter ficado com aquela garota na balada, ela te achar no Orkut e mandar um recado inocente, sem perceber que o seu estado civil é casado, é um de muitos casos onde nossas atitudes na vida real, podem ser facilmente divulgadas na vida virtual.

Entre querer ser público, e querer ter medo de um flagra, a maioria de nós prefere a primeira opção. É do ímpeto humano não querer admitir medo, e convenhamos, todos nós gostamos de um carinho no nosso ego. Nada melhor do que saber que existem outros por ae interessados em nossas vidas.

A evolução humana pode estar diretamente relacionada com a era digital. Fidelidade, companheirismo, honestidade, voluntarialismo, amizade, sinceridade, são adjetivos que queremos colher. Se nos abdicarmos da privacidade nos ajudar indiretamente a sermos pessoas melhores, então estamos diante talvez do ponto mais acelerado da evolução humana na história.

Aos que optam por tornarem suas vidas públicas, o medo de "vacilar" se transforma em coragem de fazer o que é certo, e consequentemente, evoluir. Blogs que expressam idéias, tweets que expressam sentimentos, álbuns de fotos que mostram o passado, redes de relacionamento que definem nosso gênero cultural. Estes fatores da nova era digital, e tantos outros serviços que servem para tornar público o que antes queríamos que ninguém soubesse, acabam de se tornar em os catalizadores da evolução humana.

Eu quero evoluir, e você?

3 comentários:

Alexandre Bairos disse...

WWW over Maya over Reality.

BlogBorges disse...

Uma boa comparação considerando o carater e a dignidade como ser humano, a famosa frase "quem não deve não teme" nuna ficou tão bem descrita. Este ao meu ver é o melhor caminho para um mundo melhor, evoluir. O problema as vezes, é a deturpação do que vem ser essa tal evolução. Valeu!.

Alexandre Bairos disse...

O meu comentário foi mais uma ilustração textual. Esse seu post me lembrou das percepções que tive e tenho ao misturar cultura de internet e espiritualidade. É fascinante. De algum modo, há uma semelhança grande entre a www e o mundo espiritual. Mas isso é um assunto longo. :)

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